segunda-feira, junho 12, 2006

Insen - Ou como o estranho pode ser belo



Ontem, depois de vermos os nossos gloriosos xugadores a ganhar por poucoxinho (só q.b. para não parecer mal) aos nossos irmãos angolanos, fomos até à Casa da Música para ver o grande Ryuichi Sakamoto fazer aquilo que melhor sabe: música bela mas diferente.

Dentro da melhor tradição do que ele fez na Yellow Magic Orchestra, Sakamoto emprestou as suas melodias à experimentação, manipulação e transformação sonora e visual que Alva Noto faz recorrendo a caixas de ritmos, samplers e um longílineo videowall, tudo controlado por 2 portáteis (Apple, mas o que é que eu hei-de fazer? Os homens da maçã é que sabem de artes...)

Numa sala Guillermina Suggia cheia (+- 1000 pessoas), durante pouco mais de hora e meia, deram asas à mais pura das invenções, revelando beleza onde ela parece ser destruída.

Por lá passaram temas de Vrioon, Insen e de um novo EP chamado Revep, todos estranhos, mas todos misteriosamente atraentes e belos na sua estranheza. Só para se ter ideia da estranheza, houve pelo menos umas 20 ou 25 pessoas que não a aguentaram e tiveram de saír a meio (fantástico como alguém que se pensa inteligente o suficiente para ir a um espectáculo daqueles é capaz de semlhante intolerância, mas isto sou eu a falar...)

Espiolhem e se por acaso forem a tempo dêem um salto ao Coliseu dos Recreios de Lisboa que como prenda de S. António a nossa capital tem direito a um espectáculo de 1ª.

Para vos aguçar os sentidos: http://www.raster-noton.de/fpx/01_aurora.mp3

O resto está aqui: http://www.raster-noton.de/start.html

Divirtam-se!

P.S.: Já sabem que a Meredith Monk vem aí??? http://www.teatroaveirense.pt/

4 comentários:

Anónimo disse...

Como semprei gostei de ser do contra, e, demonstrando "algum" espirito eclético, deixo as experiencias suporificas do Sakamoto para quem sofre de ensónias. Pela minha parte, ando a deleitar os ouvidos com os cd`s de Nouvelle Vague (o novo) e white Rose Movement. Mas, como já disse, isto sou eu que tenho mau feitio.

Adolfo disse...

O ecletismo é sempre benvindo e tento praticá-lo (de Cash a Sakamoto, de Springsteen a Brad Mehldau, de Eno a Chavela Vargas, de Michael Nyman a Nouvelle Vague, de Omara Portuondo a Godspeed You Black Emperor). Nem sempre queremos estar ACORDADOS, por vezes basta-nos um limbo com fundo sonoro :). Quanto aos WRM (gotcha!) fiz um sneek peek e hummm pareceram-e uns Franz Ferdinand com uma linha de baixo melhor (rais parta se no Love Is A Number eu não pensei em Joy Division...) mas nada que me tenha puxado muito mais à curiosidade.
Mas aceitam-se sugestões para novas, e diferentes, audições.
Manda sempre.

Anónimo disse...

Se queres algo que faça lembrar Joy, bem, acho melhor procurares em She Wants Revenge. Um abraço

Anónimo disse...

A propósito, Boy George, vem fazer uma noite de DJ, no Buddha, em Lx.