Depois de o Paulo Branco ter fugido, o Cinema Oita foi tomado de assalto, em boa hora, pelo
Cineclube de Aveiro, o qual tem cumprido a sua missão de nos dar a ver em Aveiro aquilo que normalmente só na capital se consegue visionar, e mesmo aí só no círculo restrito do Nimas, Quarteto e King.
Foi por lá que vimos um grande documentário, o "
Lisboetas", de
Sérgio Trefaut, que nos leva a reflectir pela nova realidade que atravessa as nossas cidades, em particular Lisboa, mostrando-nos como tentam coexistir connosco (porque me parece que é isso que sempre se passa na emigração, coexiste-se na sociedade, raramente se existe).
Diria aliás, que não é apenas na emigração que se coexiste, também na imigração se coexiste e apenas ao fim de muito tempo se começa a existir, e mesmo que economicamente seja mais fácil intervir na sociedade que nos rodeia, existir nessa mesma sociedade, criando laços e ligações com os autóctones é, a não ser que se seja muito extrovertido, bastante difícil e pode ser tarefa de anos...
Lisboetas tem o condão de nos inspirar essa reflexão, bem como a forma mais ou menos invisível que para os outros, para os residentes, os e/imigrantes assumem, esforçando-se por os ignorar excepto para os explorar, e mesmo assim apenas como mão-de-obra barata em lugar de aproveitar a formação e a educação (tantas vezes superior...) que eles possuem.
Se puderem vão ver, ainda está no
Nimas e no
Luísa Todi.
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